A gravidez, um sonho para muitas mulheres, pode também trazer muita preocupação e apreensão. Afinal existem complicações que podem perturbar a gestação. O risco de ter um parto prematuro é uma delas.
O período entre a 37ª e a 42ª semanas de gestação, é o momento ideal para o nascimento do feto. Se gestante der a luz antes de completar 37 semanas, o parto é considerado prematuro.
Os riscos que correm os bebês nascidos antes do tempo vão depender de sua prematuridade.
Apesar de ser um tema amplamente pesquisado em todo o mundo, a grande parte dos partos prematuros continua sem uma explicação científica. São diversos os fatores que podem levar à interrupção antecipada da gestação, mas apenas 30% delas possuem uma causa conhecida.
Principais fatores de risco do parto prematuro
- Gestantes que já passaram por um parto prematuro;
- Gravidez múltipla;
- Histórico de problemas no útero;
- Insuficiência do colo uterino;
- Infecções na vagina ou no trato urinário;
- Certas anormalidades uterinas;
- Ter realizado cirurgia no colo do útero;
- Ter sofrido aborto espontâneo, principalmente entre 16 e 24 semanas de gravidez;
- Problemas na placenta, como placenta baixa (ou prévia);
- Excesso de líquido amniótico (polidrâmnio);
- Forte estresse momentâneo (ou por um longo tempo);
- Tabagismo ou uso de drogas;
- Condições precárias de alimentação, falta de saneamento básico violência doméstica ou outros problemas sociais.
Principais causas para um nascimento prematuro
- Bolsa rota/ruptura prematura de membrana;
- Hipertensão crônica;
- Pré-eclâmpsia;
- Síndrome de Hellp;
- Insuficiência istmo-cervical;
- Descolamento prematuro da placenta;
- Placenta prévia;
- Malformações uterinas;
- Infecções uterinas;
- Fertilização in vitro;
- Malformações fetais.
Prognóstico
Quanto maior o tempo de duração da gravidez, menor os riscos de que o bebê tenha alguma sequela da prematuridade. Abaixo segue a relação entre o tempo de gestação e os índices de sobrevivência, além das possíveis sequelas que o parto prematuro pode gerar.
Parto prematuro na 22ª semana
Os índices apontam para chances de sobrevivência entre 2% e 15%, o que justifica o baixo conhecimento sobre as sequelas que os bebês podem apresentar.
Entre a 23ª e a 25ª semana
Nestes casos, a taxa de sobrevivência já sobe para entre 15% (23 semanas) e 55% a 70% (25 semanas). Nestes casos, de 30% a 40% dos bebês não vão apresentar qualquer alteração em seu desenvolvimento após o parto.
Outros 25% a 40% devem apresentar deficiências leves ou moderadas, entre elas formas sutis de deficiência visual, paralisia cerebral leve (afetando o controle motor, gerando dificuldades de aprendizagem ou problemas de comportamento como transtorno de déficit de atenção) e problemas respiratórios crônicos.
Ainda, entre 20% e 35% dos bebês terão deficiências consideradas mais graves, como paralisia cerebral, deficiência intelectual grave, cegueira, surdez, ou até mesmo uma combinação dessas deficiências. Neste caso será necessário o suporte de uma equipe multidisciplinar com cuidados frequentes e contínuos.
Entre a 26ª e a 28ª semana
Os índices de sobrevivência sobem para 75% a 85%, enquanto caem os riscos de deficiências graves, que ficam entre 10% e 25%. Entre 50% e 60% dos bebês que nascem neste período vão apresentar dificuldades leves na visão ou de aprendizagem, paralisia cerebral leve que pode afetar o controle motor, problemas respiratórios crônicos ou problemas de comportamento.
Outros 25% a 40% podem desenvolver deficiências leves ou moderadas na visão, no controle motor ou dificuldades de aprendizagem/problemas de comportamento, além de possibilidade de existência de problemas respiratórios crônicos.
Entre a 29ª e a 32ª semana
O índice de sobrevivência nestes casos fica entre 90% e 95%, aumentando também a porcentagem de crianças que não devem apresentar qualquer sequela (60% a 70%).
Apenas de 10% a 15% correm risco de manifestar sequelas graves, enquanto entre 15% e 20% delas podem desenvolver deficiências leves ou moderadas.
Entre a 33ª e a 36ª semana
O índice de sobrevivência atinge um nível superior a 95%, conservando a taxa de risco de ocorrência de problemas de saúde de uma criança que nasce no período normal de gestação.
Apesar disso, os bebês que nascem nestas condições apresentam risco um pouco maior de paralisia cerebral leve, além de atraso no desenvolvimento ou relacionados ao aprendizado escolar.
É importante não se esquecer que o acompanhamento de especialistas ajuda a diagnosticar e abordar precocemente alguns problemas e evitar que outros possam surgir. Daí a importância do pré-natal na vida da gestante e do bebê.
Dr. Fernando Freitas Martins, Diretor Clínico da UTI Neonatal da Perinatal Barra – CRM 52.49408-4
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