A mielomeningocele, também conhecida como espinha bífida aberta, é uma malformação congênita da coluna vertebral do bebê em que as meninges, a medula e as raízes nervosas ficam expostas.
Causas
Não há uma causa exata, esta condição parece resultar de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Normalmente, durante o primeiro mês de gestação, os dois lados da espinha dorsal se fecham sobre a medula espinhal e todos os nervos e meninges que a acompanham. A coluna vertebral protege a medula, impedindo que ela sofra quaisquer tipos de danos.
Quando ocorre qualquer tipo de malformação congênita em que não acontece o fechamento completo da coluna vertebral, dá-se o nome de espinha bífida.
Fatores de risco
É possível elencar alguns fatores de risco para a ocorrência para todos os tipos de espinha bífida:
- Mais comum entre brancos e hispânicos;
- Crianças do sexo feminino são mais afetadas do que as do sexo masculino;
- Ter algum parente de sangue com histórico de mielomeningocele ou já ter tido um filho com este tipo de espinha bífida;
- Deficiência de ácido fólico;
- Alguns tipos de medicamentos anticonvulsivos podem estar relacionados aos defeitos congênitos na coluna;
- Mulheres com diabetes que não controlam adequadamente a condição durante a gestação;
- A obesidade pré-gravidez.
Diagnóstico
O diagnóstico no pré-natal pode ser feito pela ultrassonografia a partir de 16 semanas.
Mais comumente é feito no ultrassom morfológico, entre 20 e 24 semanas, seja pela visualização direta da abertura da coluna ou por sinais indiretos no cérebro do bebê, com a presença de sinais conhecidos como sinal da “banana” e sinal do “limão”.
Tratamento
O tratamento habitual, após o nascimento, com a correção dos defeito na coluna, vem sendo gradualmente substituído pelo tratamento intrauterino.
Com o bebê ainda no útero, é possível fazer a correção de duas formas:
- A “céu aberto”, o útero é exteriorizado, assim como o defeito da coluna do bebê;
- Fetoscopia, usando uma microcâmera, sem a necessidade de abrir o abdome da mãe.
Prognóstico
Os bebês operados ainda no útero tem melhores resultados motores e menor necessidade de colocação de válvula nos ventrículos cerebrais na ordem de 50%, quando comparado com a cirurgia pós-natal.
O tratamento não termina com a cirurgia.
Por essa razão, cuidados contínuos devem ser tomados, para minimizar as possíveis sequelas motoras ou para melhor o processo de reabilitação.
O comprometimento neurológico na mielomeningocele é comum, incluindo alguns sinais e sintomas:
- Fraqueza muscular das pernas, às vezes envolvendo paralisia
- Perda de controle e demais problemas intestinais e da bexiga
- Insensibilidade parcial ou total
- Convulsões
- Problemas ortopédicos, como pés deformados, quadris irregulares e escoliose
- Hidrocefalia
Tem cura?
Mielomeningocele pode provocar uma série de complicações de saúde, que dependem muito da intensidade e gravidade da doença.
Saber quais nervos estão expostos e quais perderam suas funções é importante para entender as consequências que a mielomeningocele trará para a vida da criança.
No entanto, a mielomeningocele normalmente pode ser corrigida com a cirurgia. Com o tratamento adequado, a expectativa de vida para essas crianças não é afetada.
Dr. Renato Sá, responsável pela obstetrícia da Perinatal – CRM 5251923-2
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