“Dois fatores foram essenciais para a sedimentação da videocirurgia (videolaparoscopia e videotoracoscopia) em neonatologia. O primeiro, veio do esforço de cirurgiões pediatras, sobretudo americanos e franceses. Em parceria com a indústria produtora de instrumentos, eles desenvolveram miniaturas com tamanho adequado para cirurgia em recém-nascidos. O segundo, veio através de uma melhor compreensão dos requisitos anestésicos para os neonatos. Estas duas inovações continuam a cada dia, obviamente, pegando uma carona em tudo que é desenvolvido primariamente para os adultos.
O nosso primeiro compêndio intitulado Endoscopic Surgery in Infants and Children já trazia a célebre frase “Love for children through technology”. Existe uma base científica para que se faça a videocirurgia. A relação entre o grau do trauma cirúrgico e a magnitude da resposta inflamatória e o grau de imunossupressão são mostrados a cada dia na literatura. A videocirurgia obedece a um princípio Hipocrático da medicina – quanto menos nociva, melhor será uma intervenção para o ser humano.
Atualmente, podemos operar por videocirurgia praticamente todos os procedimentos que são realizados de forma convencional, a saber: hérnia diafragmática, atresia de esôfago, atresia duodenal, fundoplicatura gástrica, malformações pulmonares, estenose hipertrófica do pilora, cistos e teratomas ovarianos, cistos de colédoco, insulinomas pancreáticos, entre outros. Obviamente, sempre tendo-se em mente que não existe um método universal para todos os pacientes”.
Francisco Nicanor Araruna Macedo, cirurgião e urologista Pediátrico da Perinatal , Hospital Universitário Gaffrée e Guinle e do Hospital Estadual da Criança.
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